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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Passeando com a saudade.

Desde que você se foi, todos os dias levo minha saudade pra passear. Em cada esquina que ela marcou território, faz questão de me travar. A cada lembrança, a saudade começa a te farejar. Inexplicavelmente, só de pensar, sinto seu cheiro exalar no ar. Em meio a poluição sonora, visual e mistura de fartuns… Todos os sentidos se ocultam na presença do seu eflúvio. A saudade então fica mais forte, tenta me puxar para o caminho onde o coração diz saber que você está. Mas meu orgulho segura as rédeas, e me guia para onde eu devo ir. Não necessariamente o mesmo lugar onde eu queria estar
— Stephany Sousa.

Barreira.

EU TENTO MUDAR, MAS EU SOU MAIS FORTE do QUE EU.

Dezembro de 2011.

Por muito tempo eu me conformei que sempre seria assim: Minha essência sendo meu próprio fardo. O pensar demais, por um lado, me dando respostas certas; por outro, me fazendo questioná-las. Eu sei o que é errado. Eu sei o que é certo. Mas o que é mais certo pra mim? Assim, em vez de eu seguir em frente com tranquilidade, eu seguia com o peso da incerteza. Porém eu não seguia em frente, pelo caminho que eu enfrentaria novos problemas, que exigiria mais força e me proporcionaria a mudança de ser uma nova pessoa. Eu seguia ao lado de uma barreira de inseguranças que eu mesma criava a cada passo, onde eu encarava somente o que estava ao meu alcance, onde eu nunca alcançava minha evolução. E minha evolução estava do outro lado, mas aquela enorme barreira de receios era muito maior que eu.

Uma pessoa que também teve uma barreira em seu caminho, me disse que era difícil, mas que eu era forte o suficiente para escalá-la, só eu não acreditava nisso. E não acreditava mesmo. Eu achava que ou minha barreira era muito maior que a dele, ou ele era muito mais forte que eu. Até tentei passar por cima da barreira, mas não adiantava... Quanto mais eu passava por cima, e olhava o quão alto estava, me dava medo de não ter mais forças para continuar ou caia pelo simples medo da altura. Não dava para passar por cima dos meus problemas, eu tinha que resolvê-los e acabá-los definitivamente um por um para diminuir o tamanho da barreira. Mas eram muitos, eram pesados, alguns tão antigos que eu achava nem precisar tirar dali, fazia parte de mim.

Até que um dia, alguém do outro lado (que não me via, mas de alguma forma me sentia) disse que lá tinha um mundo de oportunidades, e que eu não só tinha capacidade de viver ali, mas que também merecia estar ali porque eu era uma pessoa boa. Como assim ela sabe que eu sou capaz? Ela não me conhece! Como ela sabe que eu mereço? Nunca fiz nada esperando retorno! O problema é que só eu via aquela barreira, por isso achava que não tinha forças. Essa pessoa me via pois não tinha nada entre nós, só os meus receios. E ela não só me via, como enxergava as coisas boas que eu fazia (mesmo eu não mostrando). Isso me fez perceber meu potencial, me fez querer ser realmente boa pras pessoas, me fez querer ser realmente boa pra mim.

Parece que aquela pessoa do outro lado, fez só um furinho na minha barreira pra eu ver como é o mundo de oportunidades que estava perdendo por me conformar como eu era e não enfrentar meus problemas mais sérios; quando vi o quanto eu queria e podia estar lá, libertei toda a força que eu escondia e quebrei toda minha barreira de um vez só. Cada vez que eu percebia que era capaz, ficava feliz, ganhava mais gás, me tornava mais forte, e mais feliz... A sensação é de que nenhuma outra pessoa seria capaz de me derrubar, além de mim. E eu nunca mais serei essa pessoa.

— Stephany Sousa.
Outubro de 2014.

Tantamente.

Pelas palavras me descarrego.
Pelos textos me divido.
Em mim, não cabem tantos pensamentos.
Me sufoco, me canso, me esgoto.
Nunca estou sozinha,
Converso comigo constantemente.
Incessantemente.
Observo, analiso cada movimento.
Me surpreendo:
Como as pessoas conseguem parecer tão desconectadas do mundo? Como é possível um olhar vazio? Ou elas não refletem sobre suas vidas, ou elas são uma farsa. Aqui, o que se passa em cada segundo de cada mente? É possível descansar da própria mente?
Parece que sim,
Mas não para mim.
Sou minha teoria, minha aprendiz, minha tutora.
Não sei quem sou, nem quero saber.
Sinto que no dia que eu descobrir
Aí que nada fará sentido.
Eu sou pensamento, eu sou questionamento, eu sou incertezas. 
 — Stephany Sousa

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Rua das Oportunidades.

Eu sempre desço do ônibus no ponto mais longe da minha casa e ao mesmo tempo mais perto do centro comercial do meu bairro. Ambas as referências são bem próximas, a diferença é que no ponto perto da minha casa eu sigo uma reta numa rua vazia; no ponto que passa pelo centro, eu dou uma volta em volta de oportunidades. Prefiro andar mais e arriscar um encontro inesperado, uma conversa boa, um momento simples que me tire um riso, ou que simplesmente me tire um sorriso, do que chegar mais rápido no lugar onde eu posso prever o que pode acontecer. E que mais depende de mim para acontecer. Não vou limitar meus passos e deixar toda uma possível descoberta só pro destino chegar mais rápido até a mim. Não quero esperar, nem atalhar e reduzir minhas experiências. Eu posso seguir o caminho em busca de um destino, e não somente o contrário. Ele pode até ser “pré-definido”, mas não automaticamente aceito. Eu teria um destino na rua vazia, e alguns destinos na rua das oportunidades. 

— Stephany Sousa.

Cena Oculta.

A noite o teatro fecha.
Guardam-se as máscaras,
A atuação encerra.
A noite quando os olhos se fecham,
Abrem-se os prantos.
A realidade começa.
Quando as luzes se apagam,
Quando não há mais platéia,
O show particular começa:
Drama, terror, um romance jamais visto...
A melhor atriz.
Aquela que escondia seus próprios sentimentos,
Se revela.
A história que todos cansaram,
A peça que ninguém quer ver,
O fim que nunca se permite ter.

— Stephany Sousa.



terça-feira, 14 de outubro de 2014

Segurança.

Segurança, a palavra que eu tive mais dificuldade de entender. Poucas pessoas me ensinaram, e poucas pessoas me dão o exemplo. Eu mesma nunca fui um. Eu sempre me defendi sozinha -e muito mal- por não confiar em ninguém, nem em mim. Então garantia minha segurança filtrando as pessoas que poderiam se aproximar, com o receio de me machucar. Assim eu me isolava, me privava de momentos, de sofrimentos e consequentemente, da evolução. Pois evoluir é sofrer, sofrer também é viver e só vive quem tem confiança. Sem me isolar, minha proteção é saber da força que consigo encarar. Antes eu fugia. Agora, se não estou bem, tento me agarrar em todas as pessoas e oportunidades que me fazem bem.

— Stephany Sousa.


quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Liberdade de Insanidade.

Uma peça teatral com as insanas reproduções da vida, exageros do cotidiano, a incorporação do nosso corpo externo e mental. A sociedade não é poética, as pessoas são. Por isso poetas fazem da realidade uma doce melancolia ou criam nela uma utopia. Essas artes reproduzem as irrealidades da nossa realidade. São essas, nossas atitudes mais intensas nas quais são reprimidas pela consciência e pelo receio de parecer maluco. Este é o paradoxo da vida social, já que pessoas insanas não possuem essa razão da consciência de que elas não conseguem mais se controlar dentro de si, e assim parecem estranhas aos olhos dos corretos. Então como nós poderíamos ser loucos se nós nos controlamos para não ser? Nós somos associados aos loucos ao demonstrarmos nossos reais impulsos. Não se controlar é, na verdade, deixar de ser controlado pelo senso comum. O limite que essa “razão” impõe nas nossas ações, é a camisa de força da sociedade. Liberdade de expressão está muito além de onde você se expressa, e ao mesmo tempo, literalmente como você se expressa. Nós cobramos dos outros esse passe livre para divulgarmos nossos pensamentos, enquanto nós mesmo prendemos nossos sentimentos. Para nós, é estranho pessoas falarem livremente seus pensamentos e deixarem fluir suas expressões corpóreas. Essas pessoas ficam em sanatórios. Para nós, é normal dar uma satisfação forjando um gesto de esquecimento quando se dá meia volta na rua; ou por não conseguir cantar, pular e sorrir sozinho ao ouvir música nos fones em público… As outras pessoas a sua volta não estão ouvindo a mesma coisa que você, não estão sentindo a mesma coisa que você. Então não vá para o mundo externo e vazio para ser considerado normal, eles que deveriam entrar na dança e compartilhar da tua alegria. Somos todos estranhos, pois ninguém realmente conhece o outro por dentro, talvez nem nós mesmos. Quem nunca se surpreendeu consigo? Liberte-se de dentro da mente dos outros e deixe a sua gritar. Para eles, você é mais um maluco no mundo, então vista a carapuça e se considere o único.
— Stephany Sousa.
 Se você achou esse texto louco demais, não foi por falta de título.